Ficha
Técnica
Título
Original: Streets of Fire.
Direção:
Walter Hill. Roteiro: Larry Gross, Walter Hill. Produtores: Joel Silver,
Lawrence Gordon I.
Elenco:
Amy Madigan, Bill Paxton, Deborah Van Valkenburgh, Diane Lane, Ed Begley Jr.,
Elizabeth Daily, Grand L. Bush, John Dennis Johnston, Lee Ving, Lynne Thigpen,
Michael Paré, Mykelti Williamson, Peter Jason, Richard I Lawson, Rick Moranis,
Rick Rossovich, Robert Townsend, Stoney I Jackson, Willem Dafoe.
Países de Origem: Estados Unidos da América. Estréia
Mundial: 1 de Junho de 1984.
Sinopse
Em algum lugar no tempo, numa
cidade que pode ser a nossa, a violência urbana chega a níveis insustentáveis.
Cada vez mais as gangues de rua se apoderam dos espaços públicos, fazendo de
cada quarteirão o seu verdadeiro domínio de violência. Os representantes da lei
já não controlam mais a situação. É nesta situação caótica que uma cantora de
rock é sequestrada por uma gangue de motoqueiros. Seu namorado retorna então à
cidade e, ao descobrir que ela é mantida refém, parte para o resgate. Mas para
isso ele deverá passar por um inferno de gangues rivais, verdadeiros selvagens
sem lei que não medem esforços para proteger seus domínios.
Assistido em: 10 de Fevereiro de 2014.
Avaliação: 09 Estrelas (Maravilhoso)
Minha Crônica
Como eu pude quase chegar aos
26 anos de vida e só agora assistir este filme maravilhoso, e pensar que mesmo
tendo este filme a minha disposição nos últimos seis anos eu só assisti num dia
em que estava entediado e queria matar o tempo. Eu normalmente sou um
dos primeiros a querer apedrejar o cinema de Hollywood, mas agora me curvo a
uma grandiosa produção. Um casamento quase perfeito de direção de arte,
roteiro, trilha sonora, direção, e um elenco primoroso.
Um protagonista/herói/badboy
que faz um homem suspirar e dizer para si mesmo que deseja ser como ele quando
crescer. Uma Mulher que faz um homem suspirar três coisas: 1° Eu seria o homem
mais feliz do mundo ao seu lado. 2° Que diva poderosíssima. 3° Que tesão de
Mulher. Mas curiosamente nesta última o vilão pensou parecido. Diane Lane está
maravilhosa, para mim foi impressionante ver a diferença do antes e depois dela ao longo do tempo,
mas de lá muito atrás até hoje ela continua atuando formidavelmente. Um vilão
que faz um homem suspirar de alegria e dizer “Eu gostei dele”. Curioso que
Willem Dafoe estava tão bom que não consegui imaginar outra pessoa no seu
lugar, ele assumiu o personagem com grande propriedade. Foi a melhor atuação do
filme. Um empresário/namorado que faz um homem suspirar e lamentar a si mesmo,
pois é mais parecido com este coxinha/idiota do que gostaria, mas tenho de
tirar o chapéu para um dos poucos papéis sérios de Rick Moranis. Se eu fosse
enumerar todos os bons personagens, e como eles foram muito bem interpretados
eu ficaria duas semanas só neste parágrafo.
Sensacional terem escolhido uma
ambientação que não tem lugar nem tempo
definidos. As músicas (com exceção do quarteto The Sorels) e as roupas noturnas
(ao menos na sua maioria) lembram uma caracterização dos anos 80. Mas o
quarteto The Sorels, as roupas (excluindo as que eu já falei), os veículos, e
os cenários (na sua maioria) lembram uma Chicago de filmes de gangster dos anos 50, de modo semelhante ao que Tim
Burton usou cinco anos depois em seu Batmam, mas sem a parte da estética
gótica.
O primeiro ataque da gangue The
Bombers me incomodou, eu posso dizer que senti um bolo no estomago crescente
vendo os “malucos” que tinham como fonte de prazer provocar dor e agressão a
outros. Mas este ainda não era o maior incomodo, pois o pior veio enquanto eu
pensava no significado do sequestro. Por que alguém sequestraria uma diva do
rock? Eu só conseguia pensar em duas coisas, ou um resgate ou um estupro, e o
resgate logo se percebeu que já estava descartado pelos sequestradores. Só nos
restou a opção estupro, mas este é obvio que não ocorreu, pois estragaria a
temática da estória, e também que são raras vezes que no cinema hollywoodiano se tem
culhão para ousar, mas neste caso eu agradeço. Sem duvida mais um ponto em seu
favor é ele ter fugido do “clássico” clichê do casal de heróis muito apaixonado
vencer todas as oposições para no fim ficarem juntos e viverem felizes para
sempre, só que não. Foi melhor como ficou em que eles acertaram suas
diferenças, e mesmo ainda “apaixonados” seguem suas vidas em caminhos
diferentes, livres e satisfeitos de suas escolhas.
Trilha sonora é uma arte
aparte, e este filme que o diga. “Nowhere Fast” no começo do filme, e “Tonight
Is What It Means to Be Young” no seu final foram às melhores escolhas
possíveis. Mas ela em si é muito completa, minha única queixa é que eu queria
as músicas muito mais integradas com as cenas do filme, mas não com aquelas
coreografias que teimam em inserir na maioria dos musicais, e sim como as cenas
que vimos, como uma verdadeira fábula de Rock & Roll. Eu vou ficar ouvindo
essa trilha sonora por um bom tempo.
Este filme é fundamental para
qualquer um que se ache um roqueiro, seja de qual vertente ou subgênero a
pessoa for. Esse filme é como a vida, rápido, agressivo, injusto, mas também é
tenro, delicado, tem sentimentos e se importa com os outros. Ao mesmo tempo em
que quer mandar tudo à merda, quer acolher no coração aqueles que merecem e com quem nos
importamos. É um filme selvagem, pois não nascemos para vivermos presos. É um
filme fundamental para que todos vejam antes de envelhecerem, ou ainda depois
de velhos. Esta noite é o que significa ser jovem.
Aos interessados deixo um link Torrent de onde baixar a sensacional Trilha Sonora.
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