sábado, 28 de dezembro de 2013

O Quarteto

Ficha Técnica
Título Original: Quartet.
Direção: Dustin Hoffman. Roteiro: Ronald Harwood. Produtores: Amanda Posey, Christian Baute, Christoph Daniel, Dario Suter, Finola Dwyer, Marc Schmidheiny, Nick O'Hagan, Stewart Mackinnon.
Elenco: Billy Connolly I, David Ryall, Eline Powell, Jumayn Hunter, Luke Newberry, Maggie Smith, Michael Gambon, Michael Volpe, Patricia Loveland, Pauline Collins, Sarah Crowden, Sheridan Smith, Tom Courtenay, Trevor Peacock.
Países de Origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Estreia Mundial: 2013.

Sinopse
A história é baseada em uma peça de mesmo nome do autor Ronald Harwood e mostra a vida de amigos idosos que vivem em um asilo. Todos os anos, no dia 10 de outubro, o grupo se une para celebrar o aniversário do famoso compositor italiano Giuseppe Verdi e, assim, arrecadar fundos para manter o próprio lar. Tudo pode mudar quando um velho amor de um dos moradores retorna, tirando o equilíbrio da casa.

Assistido em: 28 de Dezembro de 2013.
Avaliação: 09 Estrelas (Maravilhoso)

Minha Crônica
Este é um excelente caso de um filme que eu tenho orgulho de ter assistido. Como é belo, estou comovido e emocionado. Apesar de todos os sorrisos é um filme triste. Estamos diante de pessoas que perderam praticamente tudo que lhes era importante na vida e agora esperam pela morte. Mas nem por isso vivem mal, eles tentam viver o melhor possível, e o fazem com alegria, boa vontade e música, muitas músicas.
Eu poderia até escrever outro texto só para falar das lições de vida que essa estória nos passa. Mas aqui vou me ater aos três que mais me marcaram. 1° Como é bom ter amigos. É muito feliz e abençoado aquele que pode contar com verdadeiros amigos para partilhar das alegrias e enfrentar as amarguras da vida. 2° O medo é o pior dos inimigos e também o mais importante a ser vencido. 3° Por mais que os anos passem e tentemos esquecer, há feridas que o tempo não apaga, mas o perdão pode sará-las.
O elenco não poderia ter sido mais bem escolhido, eles combinam de maneira perfeita em tudo. Maggie Smith como uma senhora diva triste por tudo que perdeu e com medo de novos fracassos. Pauline Collins como uma senhora doce e já com problemas de senilidade, muito apegada às boas lembranças e disposta a ajudar. Billy Connolly I como um característico mulherengo frustrado com a velhice e que está sempre flertando com Sheridan Smith, ótima como a dedicada doutora responsável pela casa de repouso. Tom Courtenay fantástico como o excelente professor, muito afetuoso, mas amargurado pelas feridas causadas pela vida e os afetos do passado. Michael Gambon acima de todos é quem mais rouba a cena apesar de seu papel secundário de um velho rabugento e muito reclamão preocupado com a sobrevivência da casa de repouso.
Nessas vésperas de ano novo eu sempre punha nas listas de metas, conhecer mais de ópera e música erudita, mas este objetivo sempre foi procrastinado. Quem sabe agora não tenho um incentivo a mais para ir em frente. Se houver apenas uma coisa desse filme que eu possa levar pela eternidade, que seja essa frase: Obras de Arte são de uma solidão infinita, e nada pode alcançá-las tão pouco quanto a critica.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A Família

Ficha Técnica
Título Original: The Family.
Direção: Luc Besson. Roteiro: Luc Besson, Michael Caleo, Tonino Benacquista. Produtores: Luc Besson, Martin Scorsese, Ryan Kavanaugh, Virginie Silla.
Elenco: Michelle Pfeiffer, Robert De Niro, Tommy Lee Jones, Anthony Mangano, David Belle, Dianna Agron, Domenick Lombardozzi, Dominic Chianese, Gino Cafarelli, Greg Antonacci, Jimmy Palumbo, John D'Leo, Jon Freda, Joseph Perrino, Paul Borghese, Ricardo Cordero, Vincent Pastore.
Países de Origem: Estados Unidos da América, França. Estreia Mundial: 2013

Sinopse
Após entrar para o programa de proteção à testemunha, uma família americana ligada à máfia é transferida para a França. De início eles se adaptam à nova vida, mas aos poucos os velhos hábitos da máfia voltam à tona e eles passam a resolver os problemas que surgem a seu modo.

Assistido em: 25 de Dezembro de 2013.
Avaliação: 07 Estrelas (Muito Bom)

Minha Crônica
Eu nunca fui dos maiores conhecedores ou apreciadores de filmes com a máfia como tema central. Mas pessoalmente não tenho nada contra o gênero, muito pelo contrário, a maioria dos poucos que já assisti eu gostei, e estes foi um desses casos.
De cara vimos um homem muito apegado às coisas boas do passado, só que plenamente frustrado pela sua condição presente. Dois adolescentes típicos de suas idades, insatisfeitos com tudo ao seu redor. Por último uma mãe de família que detesta, e com certa razão, tantas e rotineiras mudanças, mas se esforça ao máximo para se adaptar e viver bem, só que ela não se dá por vencida e não abaixa a cabeça para ninguém. Eu custei a acreditar que fosse real sua saída do supermercado.  Exceto suas peculiaridades é uma família como qualquer outra.
Tentar levar uma vida normal calma e pacifica, deve ser muito frustrante quando se está num sistema débil e tenha por hábito resolver os problemas com as próprias mãos. Alguns diriam que “velhos hábitos nunca mudam”, mas não partilho essa convicção, eu ainda prefiro ter esperança no ser humano. Quando se age por conta própria, pouco costuma se importar com as consequências sobre terceiros, e como diriam algumas outras pessoas “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.
Honestamente eu me senti comovido com o esforço dessa família em continuar a vida apesar de todos os pesares. Mas senti falta de uma cena de vingança italiana contra o professorzinho. Lamento que a adolescente carente com os hormônios em fúria não tenha percebido que o cara só queria se divertir as suas custas. Mas há algo muito importante a ser ressaltado em todos os filmes da máfia sempre tem coisas muito importantes para nos ensinar sobre vida e relacionamento familiar, prova disso foi sua união nos momentos de maior crise.
Diferente de outros do gênero esse filme é muito leve, talvez seja pelos alívios cômicos utilizados a exaustão, mas eles com sua alegria sádica fazem o filme fluir mais rapidamente, eu tive a impressão dele passar em metade da sua duração real. Os alívios cômicos daqui me lembraram daqueles que eu encontrei em 2009 assistindo Bastardos Inglórios.
Ainda não falei das atuações, mas quem já assistiu sabe que não precisam de apresentações, em especial a de Michelle Pfeiffer, mas o elenco todo combinou muito bem. Acabei de me lembrar de que eu não sei se ele esteve em cartaz nos cinemas brasileiros nesse ano, mas enfim, nessa noite de Natal esse filme foi um programa melhor que quase toda a programação dos canais de televisão.

sábado, 23 de novembro de 2013

Confissão Tardia

Confissão Tardia

Quando A Noite Cai

Ficha Técnica
Título Original: When Night is Falling.
Direção: Patricia Rozema. Roteiro: Patricia Rozema. Produtores: Barbara Tranter.
Elenco: Clare I Coulter, David Fox, Don McKellar, Henry Czerny, Jonathan Potts, Pascale Bussières, Rachael Crawford, Richard W. Farrell, Tom Melissis, Tracy Wright.
Países de Origem: Canadá. Estréia Mundial: 1995.

Sinopse
Camille é professora em uma faculdade cristã e conservadora em Toronto. Quando seu cachorrinho morre repentinamente, Camille é consolada por Petra, uma artista de circo moderno que está passando pela cidade. A partir deste encontro com Petra sua vida começa a mudar. Com um roteiro cheio de simbolismos, Quando a Noite Cai é uma dos mais importantes filmes da cinematografia sáfica. Um filme sobre a transformação, sobre o novo e sobre as mudanças que o amor pode provocar em todas nós.

Assistido em: 23 de Novembro de 2013.
Avaliação: 08 Estrelas (Formidável)

Minha Crônica
Estou encantado, que filme lindo. Meu encantamento começou logo por sua abertura, sua seqüência inicial é de uma beleza poética sem paralelos, e sua fotografia ficou impecável nesse aspecto. A escolha de Toronto como local foi perfeita, uma cidade fria de cara já demonstra que precisamos de calor humano.
Camille sofre sua perda e o que faz? Simples segue com a vida, há pessoas que não sabem o que fazer diante de grandes perdas. E que boa dádiva é no momento do desespero encontra quem nos console. Quando veio o reencontro com Petra ela ficou assustada, tanto pela postura da outra como por não entender o que sentiu, e são poucos os que realmente entendem o que sentem. Mas isso a mostrou que ela não tinha opinião própria formada sobre isso. Ela estava aprendendo mesmo frente ao medo. Então num reencontro de desculpas ela escolheu ceder ao seu desejo, mas por tudo que ela conhecia até então, sentiu-se culpada. Continuava sem saber como olhar e entender tudo isso. Mesmo escolhendo não seguir esse desejo, ela não consegue ignorar o afeto que sente pela outra e quer tê-la por perto, nem que seja como amiga. Mas tudo deve ser secreto, ela teme que tudo se torne publico e atinja sua imagem e seus relacionamentos. Ela tenta apagar esse desejo se entregando as formas de prazer que conhece, e são relativamente aceitas em seu meio, mas isso só faz o vazio parecer maior e mais insuportável. Ao conversar com alguém para ser aconselhada, ela se abre e se expõe ao que quer que venha em resposta. Ela escolheu justamente alguém que vimos que poderia ser a segunda pior pessoa possível. Mas nisso tivemos uma surpresa, o Reverendo reconheceu que o passado e o presente estão marcados por crueldade e homofobia, e depois lhe da o conselho mais sensato que alguém poderia ter dito “Faça o que tem de fazer.”, isso pode ser visto comum um sinal de esperança para muitas gerações de hoje, amanhã e depois de amanhã.
Já não havia mais o que fazer a não ser escolher, e ela o fez sem medo e culpa. Ela respondeu a esse afeto com o desejo que sentia, e foi tão lindo quanto renascer, e de certa forma foi um renascimento. Mas há agora todas as conseqüências implícitas, e elas nunca são fáceis. Há pessoas que mesmo sem querer ou merecer acabamos ferindo. Nesse momento reencontramos Bob, talvez já esquecido de muitos, eu fiquei me perguntando que ela havia dado nele. Estou a me perguntar se eu teria a frieza que ela teve, mas é compreensível. Há pessoas que em face da dor e da perda se travam e não sabem como reagir por maior que seja o sofrimento. E tudo que vem depois leva para um dos dois únicos cominhos prováveis. Devo confessar que fiquei um pouco confuso com sua seqüência de encerramento. Fico imaginando se não seria uma alegoria de o amor pode dar até mesmo vida ao que está morto, mas não sei, pode ser algumas coisas, inclusive o simples e literal ainda que me pareça improvável.
É um filme que emociona pela sua beleza e simplicidade. Mostra-nos que o afeto e o respeito são sempre mais importantes, e nos sensibiliza para questões que são cada vez mais atuais. Como todas as boas obras de arte honesta aqui têm um caminho de autoconhecimento. Merece ser visto, revisto e levado junto do coração.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Namorados Para Sempre

Ficha Técnica
Título Original: Blue Valentine
Direção: Derek Cianfrance. Roteiro: Cami Delavigne, Derek Cianfrance, Joey Curtis. Produtores: Alex Orlovsky, Jamie Patricof, Lynette Howell.
Elenco: Ashley Gurnari, Barbara Troy, Ben Shenkman II, Carey Westbrook, Eileen Rosen, Enid Graham, Faith Wladyka, James Benatti, Jen Jones, John Doman Jerry, Marshall Johnson VIII, Maryann Plunkett, Michelle Williams, Mike Vogel I, Ryan Gosling, Samii Ryan, Tamara Torres.
Países de Origem: Estados Unidos da América. Estréia Mundial: 2010.

Sinopse
Um retrato íntimo de um relacionamento que está em franca desintegração. Com um romance outrora cheio de paixão, Cindy (Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling) são casados e têm uma filha de cinco anos. Na esperança de salvar seu casamento eles reservam um quarto no motel, relembrando anos atrás quando se conheceram se apaixonaram e fizeram seus primeiros planos cheios de vida e esperança.

Assistido em: 15 de Junho de 2011.
Revisto em: 28 de Outubro de 2013.
Avaliação: 09 Estrelas (Maravilhoso)

Minha Crônica
Eu ainda me lembro da primeira vez que eu assisti a esse filme, isso foi no dia dos namorados de 2011, naquela época duas coisas ficaram muito fortes na minha cabeça: 1° A sinopse do filme era uma enganação, eu percebi que há filmes que é muito difícil de falar, pois até mesmo numa sinopse da estória poderia acabar vazando spoilers muito indesejados. 2° Foi à vez que eu mais tive vontade na minha vida de estar partilhando esse filme com alguém ao meu lado na sala de cinema, mas a pessoa que eu queria ter partilhado esses momentos infelizmente acabou saindo da minha vida nas semanas que seguintes.
Como a sinopse era mentirosa eu me surpreendi muito com o roteiro, foi um olhar sobre uma estória de amor inédito para mim até então. Poucas vezes um personagem me marcou tanto quanto este de Ryan Gosling, na época eu olhei para ele como um exemplo de vida, e ainda tenho essa opinião. Ver um homem romântico, sensível, com anseio de ser livre, e ter uma vida cheia de afeto, e ainda por cima alguém não contaminado por materialismo e consumismo foi lindo de mais aos meus olhos. Aquilo me emocionou e me de um incentivo a mais para ser o tipo de pessoa que eu queria e ainda quero ser nesta vida. Eu sempre ouvi muitas pessoas falarem que Michelle Willians não é muito bonita, honestamente eu concordo, mas foi justamente isso que neste filme a fez parecer para mim tão linda, muito mais linda do que a maioria das beldades mundiais. Justamente por ela estar caracterizada como uma mulher real, com imperfeições reais em sua beleza ela me atraiu tanto. E justamente por as frustrações dela serem tão parecidas com as minhas, assim como a sua inconstância de humor, e de não saber o que realmente quer para si e sua família, agora e no que vir a ser seu futuro eu me simpatizei com ela. Toda vez que eu olhava para ela e para sua vida, eu conseguia me enxergar totalmente no lugar dela. Eu sei por experiência própria como é ser cronicamente infeliz e insatisfeito, e com isso infernizar a vida dos que me são próximos.
Eu devo confessar que na primeira vez que o assisti eu demorei perto de meia hora para entender a linha narrativa do filme que alternava cenas do presente do casal, com cenas de como se conheceram, se envolveram e apaixonaram-se. Muito mais do que as mega produções cheia de estórias de amor manjadas e já absolutamente previsíveis, essa estória foi uma novidade para mim. Arrisco-me a dizer que nunca antes assisti um drama com essa abordagem para um romance. O que mais carrego do filme comigo? Muito simples, ele me deixou com vontade mais do que de viver a sua estória, de construir uma história própria e viver cada um de seus sabores, mesmo quando eles forem azedos ou amargos, mas sempre com gratidão no coração pelas belas páginas de vida que forem vividas.

domingo, 22 de setembro de 2013

Nome Próprio

Ficha Técnica
Título Original: Nome Próprio.
Direção: Murilo Salles. Roteiro: Clarah Averbuck, Elena Soarez, Elena Soarez, Melanie Dimantas, Melanie Dimantas, Murilo Salles, Murilo Salles. Produtores: Hsu Chien Hsin.
Elenco: Alan Medina, Alex Disdier, David Cejkinski, Fábio Frood, Frank Borges, Gustavo Machado, Juliano Cazarré, Leandra Leal, Luciana Brites, Luciano Bortoluzzi, Martha Nowill, Milhem Cortaz, Munir Kanaan, Norival Rizzo, Paulo I Vasconcelos, Reginaldo Faidi, Ricardo V Garcia, Ricardo Galli, Rosanne Mulholland
Países de Origem: Brasil. Estréia: 2008.

Sinopse
Camila (Leandra Leal) tem a escrita como sua grande paixão. Intensa e corajosa, ela busca criar para si uma existência complexa o suficiente para que possa escrever sobre ela. Ela escreve compulsivamente em um blog, só que isto faz com que também fique isolada.

Assistido em: 22 de Setembro de 2013.
Avaliação: 06 Estrelas (Bom)

Minha Crônica
Foi muito fácil me identificar logo de cara com a protagonista. Para ser mais honesto eu até tentei não me identificar, mas isso foi muito difícil. Da vocação para a Arte de Escrever, passando pelas dificuldades relacionais, chegando aos processos de autossabotagem, e indo até a completa entrega em suas compulsões, era como se tivesse um espelho na minha frente.
Para quem já assistiu pode perceber que nesse filme é um pouco difícil de encontrar qualidades que vão além do trabalho magnífico de Leandra Leal. O roteiro vem com uma estória muito interessante, mas que nunca se desenvolve de modo que me instigue como cinéfilo, ou escritor, ou pensador. Ele chega a ser cansativo pela sua duração visto que é muito lento em se mostrar ao expectador no que ele pretende fazer. Às vezes me parece que ele não tem um propósito definido, mas que tenta se direcionar no seu desenrolar, mas em quase todos os rumos tomados ele sai por algum desvio. A produção do filme em muitos momentos parece amadora e mostra-se cheia de falhas, mas esteticamente isso me agradou bastante, me passou uma sensação aconchegante de filme independente e caseiro, e nisso consigo-me sentir incentivado em pensar em produzir cinema.
Fora a protagonista foi impossível me importar ou me agarrar em qualquer das personagens, todos pareciam peças descartáveis postas de maneira periférica no filme para ilustrarem algum aspecto de caráter moral ou psicológico da protagonista. Ainda não sei a que ela veio.
Próximo da metade do filme eu comecei a me perguntar qual era o propósito da protagonista. Nela eu vi alguém com uma forte vocação para escrever, mas é frustrada nisso (como muitas e muitas pessoas, diga-se de passagem) e em função disso desconta tudo de modo virtual em seu blog, e nisso sou muito parecido com ela. Nela eu vi alguém muito dependente de estar num relacionamento amoroso e sexual. Mas também alguém com muitas dificuldades relacionais, isso torna todos os seus relacionamentos, mesmo os não amorosos, bastante instáveis, e às vezes parece que sabota a si mesma e suas relações, pois em função das dores de seus rompimentos é que ela tem mais força para escrever. Nela eu vi alguém que não tem estabilidade de vida, exatamente como eu, mas para ela isso parece sempre ser secundário, mesmo afetando diretamente sua vida. Nela eu vi alguém que tem muitas compulsões, e não vê o menor problema em usufruir delas para ter o seu prazer, seu relaxamento, e sua fuga da dor, ainda que nisso ele passe por cima dos sentimentos de quem quer que esteja no seu caminho. Nisso eu não só me achei parecido com ela, como me lembrei da maioria das pessoas que eu conheço e conheci ao longo da vida, me senti triste por mim, por ela, e por todas elas.
Não faço a menor ideia se algum dia eu vou rever esse filme, mas por hora o tempo gasto, nem que tenha sido (e não foi) só para passar o tempo foi muito bem aproveitado, apesar de todos os percalços do caminho. Mas ainda tenho a sensação de que em outro memento ele pode me acrescentar mais do que dessa vez.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Minha Tarde Com Totoro.

Eu estava em um fim de tarde de uma quinta-feira que estava sendo um dia horrível  e que na minha cabeça só tinha perspectivas de piorar. Em tão grade confusão que se encontrava minha mente e que produzia estado de estremo horror em mim, surgiu-me o desejo de ver um filme. Mas não um filme qualquer, ou um filme inédito que só poderia aumentar o fardo (já muito pesado) que eu mesmo me impus que me roubava o prazer das coisas mais satisfatórias. Porém não serviria qualquer filme, eu queria um filme bom, e então escolhi rever Meu Vizinho Totoro (este eu vi pela primeira vez há pouco mais de um ano), um dos meus filmes preferidos, talvez um dos meus Dez melhores. Citando Aslan por um instante digo "Nada acontece duas vezes do mesmo modo", e provou-se muito verdadeiro, este filme nunca tinha me emociona do jeito dessa tarde. Eu estava fragilizado pela estupidez do estilo de vida egoísta e eremita que eu próprio tinha escolhido, e de repente vendo estas crianças que em sua inocência as levavam e não as interrompiam de viver, me senti totalmente vazio por dentro. Eu sequer consegui controlar o pranto emocionado que escorria de meus olhos. Eu tenho vergonha da vida por mim vivida hoje, há pessoas que mesmo em detrimento das piores circunstancias que são possíveis não desistiram de viver, porém apegado ao meu sofrimento pessoal como se ele fosse o meu Deus, me mantenho apenas sobrevivendo esperando algo que nem mesmo sei ou saberei conceituar. Vendo as duas meninas, eu tive certeza de que não é bom estar só, é preciso me colocar ao mundo, onde as possibilidades estão abertas e a vida acontece. Eu olho a inocência dessas duas crianças com uma dor enorme por já ter perdido a minha. As meninas ao verem o sofrimento da mãe se esforçam para tentar algo, e eu fico (por escolha minha) cego a dor alheia, e ainda digo que quero curar as mazelas do mundo. Tenho medo de viver, mas não tenho coragem de me matar. Como todas as vezes que eu termino de assistir este filme eu fiquei com um sorriso enorme nos lábios pela grande alegria que em mim foi gerada, mas as lágrimas não foram unicamente de emoção a flor da pele, foram também pelas reflexões feitas, e muitas delas dolorosas. Apesar das reflexões que fiz a esperança não se manifesta muito presente em meu ser, o pessimismo é muito mais forte, e como diria Neruda "Não sou pessimista, o mundo que é péssimo". Uma conclusão eu posso afirmar com alguma certeza: Eu quero trazer à memória aquilo que me traz esperança.

11 de Abril de 2013.
O Filho Perdido

sábado, 16 de março de 2013

Ben-Hur

Ficha Técnica
Título Original: Ben-Hur
Direção: William Wyler. Roteiro: Christopher Fry, Elizabeth Haffenden, Gore Vidal, Karl Tunberg, Lew Wallace, Maxwell Anderson, Robert Surtees.
Elenco: Ady Berber, Aldo Mozele, Aldo Pial, Aldo Pini, Aldo Silvani, Alfredo Danesi, André Morell, Bill Kuehl, Cathy O'Donnell, Charlton Heston, Claude Heater, Cliff Lyons, David Davies, Dervis Ward, Diego Pozzetto, Dino Fazio, Duncan Lamont, Eddie Juaregui, Edwin Richfield, Emile Carrer, Enzo Fiermonte, Ferdy Mayne, Finlay Currie, Frank Thring, George Relph, Giuliano Gemma, Giuseppe Tosi, Haya Harareet, Hector Ross, Howard Lang, Hugh Billingsley, Hugh Griffith, Irina Wassilchikoff, Jack Hawkins, Jerry Brown, Joe Canutt, Joe Yrigoyen, John Glenn, John Horsley, John Le Mesurier, José Greci, Lando Buzzanca, Laurence Payne, Liana Del Balzo, Lord Layton, Luigi Marra, Marina Berti, Martha Scott, Maxwell Shaw, Michael Cosmo, Michael Dugan, Mino Doro, Noel Sheldon, Nona Medici, Otello Capanna, Pietro Tordi, Princess Carmen de Hohenlohe, Raimondo Van Riel, Ralph Truman, Reginald Lal Singh, Remington Olmstead, Richard Coleman, Richard Hale, Robert Brown I, Sam Jaffe, Stella Vitelleschi, Stephen Boyd, Stevenson Lang, Terence Longdon, Thomas O'Leary, Tiberio Mitri, Tutte Lemkow, Victor De La Fosse.
Estréia Mundial: 1959

Sinopse
Em Jerusalém no início do século I vive Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas o destino vai dar a Ben-Hur uma oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar.

Assistido em: 16 de Março 2013.
Avaliação: 10 Estrelas (Obra de Arte)

Minha Crônica
A primeira vez que eu tentei assistir este filme eu tinha 15 anos, e na segunda eu tinha 16 anos, mas em ambas às vezes foram tentativas vãs, nas duas vezes acabei dormindo antes de passarem-se ¾ do filme, e isso por ter tentado assisti-lo na televisão, lugar em que este tipo de filme só passa altas horas da madrugada. Mas nesta semana meu irmão comprou para sua coleção em DVD, e nesta madrugada o coloquei para enfim o ver completo.
Ben-Hur é Cinema com “C” maiúsculo, um filme que expressa como muito poucos o que é a 7ª Arte, e é um filme que deixa evidente o péssimo caminho tomado por Hollywood nos nossos dias. É um filme muito esforçado, pois mesmo com a precariedade da tecnologia a produção do filme busca com muito esmero fazer o seu melhor. E isso ocorre com tanta força que eu poderia usar esta crônica inteira para fazer comparações entre a acídia cinematográfica dos nossos dias e as preciosidades de Ben-hur. Visualmente o filme está impecável, figurinos, cenografia, efeitos especiais e fotografia perfeita.
Quanto às atuações elas em si são um show a parte, um show extraordinário. Particularmente eu não gosto do Charlton Heston, o acho canastrão, e seu tipo de atuação dialoga exatamente com um gênero oposto ao de seus filmes, a saber, os clássicos do Cinema Mudo. Mas mesmo com tudo que eu poderia falar de mal dele, ele encontra-se muito bom no filme e sua encenação corresponde ao que o publico precisava do personagem. Seu momento no filme que mais gosto foi após a corrida de bigas, quando ele está sozinho na arena e percebe que ao concluir a sua vingança ele havia se tornado igual ao seu inimigo e se autodespreza por isso. Outra boa atuação foi a de Stephen Boyd no papel do tribuno romano Messala. O conjunto das atuações ficou tão boa que até a participação de Jesus que entrou mudo e saiu calado ficou melhor a todos os filmes já feitos sobre o personagem (com exceção ao filme do Mel Gibson).
O filme até pode ser chamado de longo em suas 03 horas e 40 minutos, mas ele não é cansativo e nem pedante uma vez que seu roteiro tem conteúdo, muito conteúdo. O principal conteúdo obviamente é o seu espiritual/religioso, e ele cumpriu este seu papel nesta área muito melhor do que filmes bíblicos como o péssimo “A Bíblia” do John Huston, ou filmes evangelísticos de nossos dias como o também péssimo “Prova de Fogo”. Ben-Hur com seu conteúdo cristão me deu o desejo de verdadeiramente me conscientizar da dor do meu próximo, das dores do mundo e tentar sanar suas chagas ou ao menos tentar levar algum conforto aos que sofrem. A estória de Judah Ben-Hur que perde tudo e é vendido como escravo, mas 04 anos depois tem sua vingança, se assemelha muito a dos “heróis” judeus do velho testamento bíblico, e não há como ela não ser cativante quando olhamos para nossas vidas e as consideramos arruinadas. O roteiro do filme assim como todo o resto é feito para nos envolver.
Eu fiquei tão impactado com este filme, eu esperava que fosse apenas mais um clássico antigo, não esperava encontrar o maior espetáculo da Terra. Por falar em espetáculos, que corrida de bigas extraordinária, eu sempre ouvi falar desta corrida, mas vê-la é muito diferente, é mais espetacular, tal cena merece ser vista em tela gigante. Outro espetáculo de emoções (muitas delas) é a cena em que o protagonista vai ao vale dos leprosos buscar sua mãe e irmã para levá-las ao novo profeta (neste caso Jesus) na esperança de que sejam curadas. E desta cena vamos a crucificação de Jesus, outro espetáculo de emoções.
Talvez tudo que eu já tenha dito ou escrito sobre este filme seja redundante, seja mais do mesmo e nem um pouco diferente do que é dito pela internet por pseudointelectuais. Antes de qualquer coisa é uma experiência pessoal, os Livros, o Teatro, o Cinema são experiências pessoais e a minha foi marcante e transformadora, no mínimo reafirmou as minhas convicções espirituais e que no dia anterior estavam tão indecisas na minha cabeça. Arte, pura e simples Arte.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

The Lost Canvas Gaiden 1° Parte

Por enquanto só tivemos cinco volumes do Gaiden lançadas aqui no Brasil, mas não é pouca coisa se pensar que a série não deverá ter mais que 12 edições, foram cinco volumes, mas de muito peso e relevância no cenário Saint Seiya e para os seus fãs (e me incluo neste grupo). Eles foram publicados aqui pela editora Jbc no ano passado entre os meses de Agosto e Dezembro, respectivamente um por mês. Quase todos eles eu li assim que saíram exceto o quarto volume que eu li com quase um mês de atraso e o quinto que eu só li nesta madrugada praticamente dois meses depois de comprá-lo. Curioso é que eu só repararei no ultimo volume que na série inteira houve alguns temas chaves que se repetiam em todas as edições, mas antes eu não havia percebido talvez eu só tenha reparado agora pelo quanto ele me pareceu semelhante ao primeiro volume. A autora bate bastante na mesma tecla quanto um tema especifico o de emoções reprimidas e os problemas conseqüentes delas. Vimos isso com o Albafica, muito com o Ruko, um pouco com a Sasha e o Kardia, com o Dégel, muito com o Krest e a Garnet, e com o Manigold e o Avido, e finalmente com o El Cid, a Mine e o Felser.
A autora consegue ser bem humana, acho que é por isso que há tanta identificação minha com os complexos e dores emocionais dos personagens. Na primeira edição (que ironicamente eu li na noite do dia dos pais) eu me emocionei muito com a relação pai e filho, eu queria ter isso. No segundo eu tive um pouco de dificuldade em levar a leitura, ela não é ruim, mas tem momentos que são muito chatos, e isso tirou o meu animo em muitos momentos. O terceiro foi bem equilibrado, tiveram momentos um tanto mornos, mas nenhum “gelado”. O quarto foi muito cativante, logo de cara eu fiquei muito animado de ver o Albafica de novo, só pela ótima participação dele já teria valido a pena, mas mais ainda, a dupla que o Manigold fez com ele foi espetacular. No ultimo volume tivemos a estória do El Cid, e para minha grande surpresa o melhor mangá da série até este ponto.
Os cinco volumes eu marquei no Skoob com 04 estrelas, e não me arrependo, mas colocando eles em uma ordem classificatória decrescente do que mais gostei ao que menos gostei faço o seguinte Top V: 1° o volume do El Cid de Capricórnio, 2° o volume do Albafica de Peixes, 3° o do Manigold de Câncer (por muito pouco), 4° o Dégel de Aquário, 5° o Kardia de Escorpião. Os mangás despertaram em mim muitas emoções fortes, levantaram muitos questionamentos, e acima de tudo me trouxeram identificação com diversas questões minhas, mas já não é aqui o lugar de falar delas. Eu poderia ficar sentado aqui por varias e varias horas escrevendo sobre o Gaiden, mas o texto iria ficar enfadonho tanto para que o ler como para mim que estou o escrevendo, então por hora deixo como está. No momento eu desconheço qualquer perspectiva de quando irá sair por aqui os próximos volumes, mas os aguardarei com grande expectativa e de coração aberto já que estes me foram muito bons. Abaixo segue as imagens das capas das cinco edições, com as datas que as li e os links do Skoob para os meus históricos de leitura de cada volume. Um beijo e um abraço, até a próxima.
Gaiden #01

12/08/2012

Gaiden #02

25/09/2012

Gaiden #03

30/10/2012

Gaiden #04

11/12/2012

Gaiden #05

23/02/2013


Leia também: The Lost Canvas Gaiden (2° Parte)

sábado, 5 de janeiro de 2013

O Leitor

Ficha Técnica
Título Original: The Reader
Direção: Stephen Daldry. Roteiro: David Hare. Produtores: Anthony Minghella, Scott Rudin, Sydney Pollack
Elenco: Alexandra Maria Lara, Barbara Philipp, Beata Lehmann, Bettina Scheuritzel, Bruno Ganz, Burghart Klaußner, David Kross, Fabian Busch, Fritz Roth, Hannah Herzsprung, Hendrik Arnst, Hildegard Schroedter, Jeanette Hain, Jonas Jägermeyr, Jürgen Tarrach, Karoline Herfurth, Kate Winslet, Kirsten Block, Lena Olin, Linda Bassett, Ludwig Blochberger, Margarita Broich, Marie Gruber, Martin Brambach, Matthias Habich, Max Mauff, Merelina Kendall, Michael I Schenk, Ralph Fiennes, Rich Odell, Robin Gooch, Susanne Lothar, Sylvester Groth, Torsten Michaelis.
Países de Origem: Estados Unidos da América. Estreia Mundial: 2008

Sinopse
A sociedade acredita que é guiada pela moralidade, mas isto não é verdade. O premiado diretor de As Horas, Stephen Daldry, mostra novamente toda sua força nesta história de medos e segredos escondidos pelo tempo. Hanna (Kate Winslet) foi uma mulher solitária durante grande parte da vida. Quando se envolve amorosamente com o adolescente Michael (Ralph Finnes)não imagina que um caso de verão irá marcar suas vidas para sempre. Livro com sucesso mundial de vendas, O Leitor é a uma história que nos levará a questionar todas as nossas mais profundas verdades.

Assistido em: 05 de Janeiro de 2013.
Avaliação: 08 Estrelas (Formidável)

Minha Crônica
Eu me lembro de quando este filme foi lançado em 2008, pois na época mesmo sem saber nada sobre o filme eu me apaixonei pelo seu titulo, ele evocava em mim muitas sensações diferentes. Um ano depois em 2009 em função de algumas coisas que em determinado momento eu estava vivendo, o titulo deste filme voltou a ser sugerido por um “amigo” na forma de algo que pudesse dar um norte em minha vida. No caso ele não estava me sugerindo o filme, mas sim a situação de um leitor, mas imediatamente meu pensamento fez a associação. E por fim ao meio do ano passado eu baixei este filme para assistir, entretanto, mesmo com muitas expectativas para este filme, eu acabei sempre adiando o momento de fazê-lo. E por mais desejo que eu tinha em assisti-lo, eu nutria uma estranha resistência em de fato o fazer, não sei explicar o porquê disto ter acontecido, mas tenho algumas teorias.
Eu acho engraçado o fato de que boa parte de eu gostar ou não de alguma obra de Arte (não importa de que tipo), é em função de meu histórico de vida amorosa e dos sonhos que ainda nutro em meu coração. Eu suspirei muito com esta relação amorosa em função da leitura. Meu coração vibrou com a imagem deste menino, e quis estar no seu lugar, conhecer uma mulher (tanto faz se mais nova ou mais experiente) e ama lá, ler para ela, escrever poesias, enfim. Até o modo como se conheceram me encheu de grande emoção e contentamento e sonhos. O cuidar ou ser cuidado por alguém em hora de necessidade.
Quanto ao julgamento dela e sua prisão foi algo rasgante ao meu coração pela seguinte reflexão/constatação: O passado de quase todo mundo está manchado, e é muito difícil que isto um dia não se mostre. Como no meu caso, em que eu tenho muita dificuldade de me relacionar em função do peso e da culpa que carrego de erros abomináveis que fiz em meu passado. Todos nesta vida temos falhas de caráter, alguns (independente do esforço pessoal) lidam melhor com eles, e os superam, mas a maioria de nós carrega este fado por muito tempo após se dar conta dele, tristemente algumas pessoas o vão carregar até a morte.
Foi ótimo com este filme poder olhar para dentro de mim mesmo e assim refletir aprender mais sobre mim mesmo. Não tenho duvidas, se não tivesse este poder não poderia se chamado de Arte. É um filme que eu ainda precisarei rever algumas vezes, mas ele tem um lugar especial em meu coração.

Escrito Nas Estrelas

Ficha Técnica
Título Original: Serendipity
Direção: Peter Chelsom. Roteiro: John de Borman, Marc Klein, Marie-Sylvie Deveau, Mary Claire Hannan.
Elenco: Abdul Alshawish, Ahmad Zahir Khan, Ajay Mehta, Amita Balla, Ann Talman, Aron Tager, Arthur Pascuzzi, Brenda Logan, Bridget Moynahan, Buck Henry, Catherine Hernandez, Catherine Kuhn, Charles A. Gargano, Christopher Baker, Clark Middleton, Colleen Williams, Conrad Bergschneider, Crystal Bock, David Ramsden, David Sparrow, Edwina Renout, Eugene Levy, Evan Neumann, Eve Crawford, Gary Gerbrandt, James Goodwin, Jeremy Piven, Jessica Kelly, John Corbett, John Cusack, John Ellison Conlee, Kate Beckinsale, Kate Blumberg, Kevin Kean Murphy, Kevin Rice, Layla Alexander, Leo Fitzpatrick I, Lilli Lavine, Lucy Gordon, Marcia Bennett, Marqus Bobesich, Michael Guarino Jr, Mike Benitez, Molly Shannon, Murray I McRae, Ned Stuart, Neil Claxton, Pamela Redfern, Patrick Riviere, Paul Rutledge, Reggi Wyns, Ron Payne, Sandra Caldwell, Sheldon Krahn, Simon Jutras, Stephen Bruce, T. Scott Cunningham, Thomas Roughan, Timothy Huang, Tony Kaan, Victor A. Young.
País de Origem: Estados Unidos da América. Estreia Mundial: 2001

Sinopse
Num apressado dia de compras no inverno de 1990, Jonathan Trager (John Cusack) conhece Sara Thomas (Kate Beckinsale). Dois estranhos no meio da massa em NY, seus caminhos se cruzam em um feriado, sendo que logo sentem entre eles uma atração mútua. Apesar do fato de ambos estarem envolvidos em outras relações, Jonathan e Sara passam a noite andando por Manhattan. Quando a noite chega ao fim, os dois são forçados a determinar algo como seu próximo passo. Quando Jonathan sugere uma troca de telefones, Sara rejeita e propõe uma ideia que dará ao destino o controle de seu futuro. Se eles tiverem que ficar juntos, ela diz a ele, eles encontrarão o caminho de volta para a vida um do outro.

Assistido em: 2005.
Revisto em: 04 de Janeiro de 2013.
Avaliação: 06 Estrelas (Bom)

Minha Crônica
Primeiramente eu devo confessar que não gosto muito de comédias românticas. Este caso é uma das muito poucas exceções dessa regra. Se eu não me engano eu conheci este filme no ano de 2005. Era um ano em que eu estava fragilizado por muitas coisas, e por isso estava muito propenso (e também um pouco sedento) a me apaixonar por algumas estórias.
Com 17 anos completamente fracassado, desesperado na área sentimental da minha vida. Com um enorme vazio de certeza em minha cabeça, muitas incógnitas e um clamor por algum tipo de espiritualidade. E tudo isso acontecendo em um momento em que eu tinha abdicado de viver e fiquei só esperando que a vida, o tempo, os caminhos e os recursos vissem até mim. Nisso foi muito fácil me apaixonar por este filme. Ele foi como um sopro de esperança ao meu coração, e de certo modo ainda é.
Mas é claro, mesmo com tudo isto que digo, eu não estou dizendo que é o melhor filme do mundo, longe disto. Este é um filme de muitos problemas, John Cusack não é um ator que seja grandes coisas, no que ele ainda se sai melhor é em comédias românticas, e por sinal nem sempre. Kate Beckinsale é uma atriz que eu gosto muito, apesar de achar ela ainda não pegou um trabalho que poderia expor melhor o seu talento, e nem sempre eu escuto criticas muito favoráveis  ao trabalho dela (como no caso de Pearl Harbor, trabalho em que ela esteve bem mal). Mas ambos se saíram muito bem neste trabalho, onde eles mostraram um misto de naturalidade e simplicidade que me cativa muito.
Longe de ser merecido de ser chamado de filme do ano é para mim mais um filme de dialogo com o meu coração, do que um filme que eu queria recomendar como exemplo de obra de arte cinematográfica. Ele me faz sonhar, traz de volta ao meu coração algo que eu pensava que tinha esquecido e me da esperança de viver. Fez-me querer desfrutar a vida.