sábado, 28 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
Nome Próprio
Ficha
Técnica
Título
Original: Nome Próprio.
Direção:
Murilo Salles. Roteiro: Clarah Averbuck, Elena Soarez, Elena Soarez, Melanie
Dimantas, Melanie Dimantas, Murilo Salles, Murilo Salles. Produtores: Hsu Chien
Hsin.
Elenco:
Alan Medina, Alex Disdier, David Cejkinski, Fábio Frood, Frank Borges, Gustavo
Machado, Juliano Cazarré, Leandra Leal, Luciana Brites, Luciano Bortoluzzi,
Martha Nowill, Milhem Cortaz, Munir Kanaan, Norival Rizzo, Paulo I Vasconcelos,
Reginaldo Faidi, Ricardo V Garcia, Ricardo Galli, Rosanne Mulholland
Países
de Origem: Brasil. Estréia: 2008.
Sinopse
Camila (Leandra Leal) tem a escrita como
sua grande paixão. Intensa e corajosa, ela busca criar para si uma existência
complexa o suficiente para que possa escrever sobre ela. Ela escreve
compulsivamente em um blog, só que isto faz com que também fique isolada.
Assistido em: 22 de Setembro de 2013.
Avaliação:
06 Estrelas (Bom)
Minha
Crônica
Foi muito fácil me identificar logo de
cara com a protagonista. Para ser mais honesto eu até tentei não me
identificar, mas isso foi muito difícil. Da vocação para a Arte de Escrever,
passando pelas dificuldades relacionais, chegando aos processos de autossabotagem,
e indo até a completa entrega em suas compulsões, era como se tivesse um
espelho na minha frente.
Para quem já assistiu pode perceber que
nesse filme é um pouco difícil de encontrar qualidades que vão além do trabalho
magnífico de Leandra Leal. O roteiro vem com uma estória muito interessante,
mas que nunca se desenvolve de modo que me instigue como cinéfilo, ou escritor,
ou pensador. Ele chega a ser cansativo pela sua duração visto que é muito lento
em se mostrar ao expectador no que ele pretende fazer. Às vezes me parece que
ele não tem um propósito definido, mas que tenta se direcionar no seu
desenrolar, mas em quase todos os rumos tomados ele sai por algum desvio. A
produção do filme em muitos momentos parece amadora e mostra-se cheia de
falhas, mas esteticamente isso me agradou bastante, me passou uma sensação
aconchegante de filme independente e caseiro, e nisso consigo-me sentir
incentivado em pensar em produzir cinema.
Fora a protagonista foi impossível me
importar ou me agarrar em qualquer das personagens, todos pareciam peças
descartáveis postas de maneira periférica no filme para ilustrarem algum
aspecto de caráter moral ou psicológico da protagonista. Ainda não sei a que
ela veio.
Próximo da metade do filme eu comecei a
me perguntar qual era o propósito da protagonista. Nela eu vi alguém com uma
forte vocação para escrever, mas é frustrada nisso (como muitas e muitas
pessoas, diga-se de passagem) e em função disso desconta tudo de modo virtual
em seu blog, e nisso sou muito parecido com ela. Nela eu vi alguém muito
dependente de estar num relacionamento amoroso e sexual. Mas também alguém com
muitas dificuldades relacionais, isso torna todos os seus relacionamentos,
mesmo os não amorosos, bastante instáveis, e às vezes parece que sabota a si
mesma e suas relações, pois em função das dores de seus rompimentos é que ela
tem mais força para escrever. Nela eu vi alguém que não tem estabilidade de
vida, exatamente como eu, mas para ela isso parece sempre ser secundário, mesmo
afetando diretamente sua vida. Nela eu vi alguém que tem muitas compulsões, e
não vê o menor problema em usufruir delas para ter o seu prazer, seu
relaxamento, e sua fuga da dor, ainda que nisso ele passe por cima dos
sentimentos de quem quer que esteja no seu caminho. Nisso eu não só me achei
parecido com ela, como me lembrei da maioria das pessoas que eu conheço e
conheci ao longo da vida, me senti triste por mim, por ela, e por todas elas.
Não faço a menor ideia se algum dia eu
vou rever esse filme, mas por hora o tempo gasto, nem que tenha sido (e não
foi) só para passar o tempo foi muito bem aproveitado, apesar de todos os
percalços do caminho. Mas ainda tenho a sensação de que em outro memento ele
pode me acrescentar mais do que dessa vez.
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