sábado, 16 de março de 2013

Ben-Hur

Ficha Técnica
Título Original: Ben-Hur
Direção: William Wyler. Roteiro: Christopher Fry, Elizabeth Haffenden, Gore Vidal, Karl Tunberg, Lew Wallace, Maxwell Anderson, Robert Surtees.
Elenco: Ady Berber, Aldo Mozele, Aldo Pial, Aldo Pini, Aldo Silvani, Alfredo Danesi, André Morell, Bill Kuehl, Cathy O'Donnell, Charlton Heston, Claude Heater, Cliff Lyons, David Davies, Dervis Ward, Diego Pozzetto, Dino Fazio, Duncan Lamont, Eddie Juaregui, Edwin Richfield, Emile Carrer, Enzo Fiermonte, Ferdy Mayne, Finlay Currie, Frank Thring, George Relph, Giuliano Gemma, Giuseppe Tosi, Haya Harareet, Hector Ross, Howard Lang, Hugh Billingsley, Hugh Griffith, Irina Wassilchikoff, Jack Hawkins, Jerry Brown, Joe Canutt, Joe Yrigoyen, John Glenn, John Horsley, John Le Mesurier, José Greci, Lando Buzzanca, Laurence Payne, Liana Del Balzo, Lord Layton, Luigi Marra, Marina Berti, Martha Scott, Maxwell Shaw, Michael Cosmo, Michael Dugan, Mino Doro, Noel Sheldon, Nona Medici, Otello Capanna, Pietro Tordi, Princess Carmen de Hohenlohe, Raimondo Van Riel, Ralph Truman, Reginald Lal Singh, Remington Olmstead, Richard Coleman, Richard Hale, Robert Brown I, Sam Jaffe, Stella Vitelleschi, Stephen Boyd, Stevenson Lang, Terence Longdon, Thomas O'Leary, Tiberio Mitri, Tutte Lemkow, Victor De La Fosse.
Estréia Mundial: 1959

Sinopse
Em Jerusalém no início do século I vive Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma galera romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas o destino vai dar a Ben-Hur uma oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar.

Assistido em: 16 de Março 2013.
Avaliação: 10 Estrelas (Obra de Arte)

Minha Crônica
A primeira vez que eu tentei assistir este filme eu tinha 15 anos, e na segunda eu tinha 16 anos, mas em ambas às vezes foram tentativas vãs, nas duas vezes acabei dormindo antes de passarem-se ¾ do filme, e isso por ter tentado assisti-lo na televisão, lugar em que este tipo de filme só passa altas horas da madrugada. Mas nesta semana meu irmão comprou para sua coleção em DVD, e nesta madrugada o coloquei para enfim o ver completo.
Ben-Hur é Cinema com “C” maiúsculo, um filme que expressa como muito poucos o que é a 7ª Arte, e é um filme que deixa evidente o péssimo caminho tomado por Hollywood nos nossos dias. É um filme muito esforçado, pois mesmo com a precariedade da tecnologia a produção do filme busca com muito esmero fazer o seu melhor. E isso ocorre com tanta força que eu poderia usar esta crônica inteira para fazer comparações entre a acídia cinematográfica dos nossos dias e as preciosidades de Ben-hur. Visualmente o filme está impecável, figurinos, cenografia, efeitos especiais e fotografia perfeita.
Quanto às atuações elas em si são um show a parte, um show extraordinário. Particularmente eu não gosto do Charlton Heston, o acho canastrão, e seu tipo de atuação dialoga exatamente com um gênero oposto ao de seus filmes, a saber, os clássicos do Cinema Mudo. Mas mesmo com tudo que eu poderia falar de mal dele, ele encontra-se muito bom no filme e sua encenação corresponde ao que o publico precisava do personagem. Seu momento no filme que mais gosto foi após a corrida de bigas, quando ele está sozinho na arena e percebe que ao concluir a sua vingança ele havia se tornado igual ao seu inimigo e se autodespreza por isso. Outra boa atuação foi a de Stephen Boyd no papel do tribuno romano Messala. O conjunto das atuações ficou tão boa que até a participação de Jesus que entrou mudo e saiu calado ficou melhor a todos os filmes já feitos sobre o personagem (com exceção ao filme do Mel Gibson).
O filme até pode ser chamado de longo em suas 03 horas e 40 minutos, mas ele não é cansativo e nem pedante uma vez que seu roteiro tem conteúdo, muito conteúdo. O principal conteúdo obviamente é o seu espiritual/religioso, e ele cumpriu este seu papel nesta área muito melhor do que filmes bíblicos como o péssimo “A Bíblia” do John Huston, ou filmes evangelísticos de nossos dias como o também péssimo “Prova de Fogo”. Ben-Hur com seu conteúdo cristão me deu o desejo de verdadeiramente me conscientizar da dor do meu próximo, das dores do mundo e tentar sanar suas chagas ou ao menos tentar levar algum conforto aos que sofrem. A estória de Judah Ben-Hur que perde tudo e é vendido como escravo, mas 04 anos depois tem sua vingança, se assemelha muito a dos “heróis” judeus do velho testamento bíblico, e não há como ela não ser cativante quando olhamos para nossas vidas e as consideramos arruinadas. O roteiro do filme assim como todo o resto é feito para nos envolver.
Eu fiquei tão impactado com este filme, eu esperava que fosse apenas mais um clássico antigo, não esperava encontrar o maior espetáculo da Terra. Por falar em espetáculos, que corrida de bigas extraordinária, eu sempre ouvi falar desta corrida, mas vê-la é muito diferente, é mais espetacular, tal cena merece ser vista em tela gigante. Outro espetáculo de emoções (muitas delas) é a cena em que o protagonista vai ao vale dos leprosos buscar sua mãe e irmã para levá-las ao novo profeta (neste caso Jesus) na esperança de que sejam curadas. E desta cena vamos a crucificação de Jesus, outro espetáculo de emoções.
Talvez tudo que eu já tenha dito ou escrito sobre este filme seja redundante, seja mais do mesmo e nem um pouco diferente do que é dito pela internet por pseudointelectuais. Antes de qualquer coisa é uma experiência pessoal, os Livros, o Teatro, o Cinema são experiências pessoais e a minha foi marcante e transformadora, no mínimo reafirmou as minhas convicções espirituais e que no dia anterior estavam tão indecisas na minha cabeça. Arte, pura e simples Arte.