domingo, 24 de novembro de 2013
sábado, 23 de novembro de 2013
Quando A Noite Cai
Ficha Técnica
Título Original: When Night is Falling.
Direção: Patricia Rozema. Roteiro: Patricia Rozema. Produtores: Barbara Tranter.
Elenco:
Clare I Coulter, David Fox, Don McKellar, Henry Czerny, Jonathan Potts, Pascale
Bussières, Rachael Crawford, Richard W. Farrell, Tom Melissis, Tracy Wright.
Países de Origem: Canadá. Estréia Mundial: 1995.
Sinopse
Camille é professora em uma
faculdade cristã e conservadora em Toronto. Quando seu cachorrinho morre
repentinamente, Camille é consolada por Petra, uma artista de circo moderno que
está passando pela cidade. A partir deste encontro com Petra sua vida começa a
mudar. Com um roteiro cheio de simbolismos, Quando a Noite Cai é uma dos mais
importantes filmes da cinematografia sáfica. Um filme sobre a transformação,
sobre o novo e sobre as mudanças que o amor pode provocar em todas nós.
Assistido em: 23 de Novembro de 2013.
Avaliação: 08 Estrelas (Formidável)
Minha Crônica
Estou encantado, que filme
lindo. Meu encantamento começou logo por sua abertura, sua seqüência inicial é
de uma beleza poética sem paralelos, e sua fotografia ficou impecável nesse
aspecto. A escolha de Toronto como local foi perfeita, uma cidade fria de cara
já demonstra que precisamos de calor humano.
Camille sofre sua perda e o que
faz? Simples segue com a vida, há pessoas que não sabem o que fazer diante de
grandes perdas. E que boa dádiva é no momento do desespero encontra quem nos
console. Quando veio o reencontro com Petra ela ficou assustada, tanto pela
postura da outra como por não entender o que sentiu, e são poucos os que
realmente entendem o que sentem. Mas isso a mostrou que ela não tinha opinião
própria formada sobre isso. Ela estava aprendendo mesmo frente ao medo. Então
num reencontro de desculpas ela escolheu ceder ao seu desejo, mas por tudo que
ela conhecia até então, sentiu-se culpada. Continuava sem saber como olhar e
entender tudo isso. Mesmo escolhendo não seguir esse desejo, ela não consegue
ignorar o afeto que sente pela outra e quer tê-la por perto, nem que seja como
amiga. Mas tudo deve ser secreto, ela teme que tudo se torne publico e atinja
sua imagem e seus relacionamentos. Ela tenta apagar esse desejo se entregando
as formas de prazer que conhece, e são relativamente aceitas em seu meio, mas
isso só faz o vazio parecer maior e mais insuportável. Ao conversar com alguém
para ser aconselhada, ela se abre e se expõe ao que quer que venha em resposta.
Ela escolheu justamente alguém que vimos que poderia ser a segunda pior pessoa
possível. Mas nisso tivemos uma surpresa, o Reverendo reconheceu que o passado
e o presente estão marcados por crueldade e homofobia, e depois lhe da o
conselho mais sensato que alguém poderia ter dito “Faça o que tem de fazer.”,
isso pode ser visto comum um sinal de esperança para muitas gerações de hoje,
amanhã e depois de amanhã.
Já não havia mais o que fazer a
não ser escolher, e ela o fez sem medo e culpa. Ela respondeu a esse afeto com
o desejo que sentia, e foi tão lindo quanto renascer, e de certa forma foi um
renascimento. Mas há agora todas as conseqüências implícitas, e elas nunca são
fáceis. Há pessoas que mesmo sem querer ou merecer acabamos ferindo. Nesse
momento reencontramos Bob, talvez já esquecido de muitos, eu fiquei me
perguntando que ela havia dado nele. Estou a me perguntar se eu teria a frieza
que ela teve, mas é compreensível. Há pessoas que em face da dor e da perda se
travam e não sabem como reagir por maior que seja o sofrimento. E tudo que vem
depois leva para um dos dois únicos cominhos prováveis. Devo confessar que
fiquei um pouco confuso com sua seqüência de encerramento. Fico imaginando se
não seria uma alegoria de o amor pode dar até mesmo vida ao que está morto, mas
não sei, pode ser algumas coisas, inclusive o simples e literal ainda que me
pareça improvável.
É um filme que emociona pela
sua beleza e simplicidade. Mostra-nos que o afeto e o respeito são sempre mais
importantes, e nos sensibiliza para questões que são cada vez mais atuais. Como
todas as boas obras de arte honesta aqui têm um caminho de autoconhecimento.
Merece ser visto, revisto e levado junto do coração.
domingo, 3 de novembro de 2013
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