O Blog

       Hoje esse blog já possui mais de dez anos de existência. É uma pequena vida.

       No ato de sua criação, no começo do segundo semestre de 2011, havia muitas expectativas quanto a ele. Talvez o mais preciso, pra época, possa ser resumido em duas expectativas principais. E ambas relativas ao ato de escrever. Escrever como forma de treino e desenvolvimento de minhas habilidades. Mas também o desenvolvimento da escrita visando ela como uma área de interesse profissional, posto que até então, havia em mim o objetivo, talvez o sonho, de um dia alcançar a alcunha de escritor profissional. Apesar de que naqueles dias não havia como alvo, um tipo de produção textual específica, para produzir como atividade profissional. Até porquê o máximo de textos que eu já tinha feito eram apenas poemas, e nada mais. E não havia na minha mente muito quanto a concepção do que era ser um escritor profissional para além de conceitos preestabelecidos e até mesmo bastante estereotipados.

       Mas apesar da data de criação do blog, sua primeira publicação eu só fiz após a virada do ano, em janeiro de 2012. Junto da qual escrevi uma página de apresentação do blog, mas com um texto que com o passar do tempo, eu mesmo acabei apenas descartando.

       Em sua concepção alguns autores muito específicos me influenciavam nos planos do que escrever aqui, não tanto pelos seus estilos e gêneros com que trabalhavam ou com os quais eventualmente ficaram mais famosos, mas sim pelo fato de eles em sua produção textual terem passado pelas mais variadas, pra não dizer por todas, as linhas de escrita. Eram autores que passaram pela literatura de ficção, mas também crônicas, contos, peças, artigos, produção científica e por aí em diante. Tanto em prosa quanto em verso. E eu ambicionava essa versatilidade, ao mesmo tempo que ficava admirado com suas aparentes genialidades. Dois exemplos eram Goethe e Edgar Allan Poe.

       Uma coisa que basicamente não sofreu mudanças nestes 10 anos, é a ideia de organização pro blog, que é muito simples. Logo abaixo do título do dele, há uma barra com cada uma das páginas do blog. Nas páginas a intenção é apresentar de forma geral os temas mais centrais dos meus textos, e que serão melhor desenvolvidos subsequentemente nas postagens que estão na página inicial, e conectadas por marcadores, hoje popularmente chamados de Hashtags.

       E sobre o que são as publicações? Muito simples também. Primeiramente a minha vontade é escrever sobre tudo o que eu quiser. Eu quero experimentar as mais diversas formas textuais que me forem possíveis, e também não quero me limitar sobre o que eu posso ou vou escrever. Até por isso citei esses dois autores de exemplo, pois suas obras são de uma diversidade imensa.

       Nas origens do blog eu tinha certeza que queria escrever sobre os livros que eu lia, os filmes que assistia, gostaria de compartilhar sobre o que estudava e aprendia, bem como reflexões que aleatoriamente passavam pela minha cabeça em determinados momentos. E nisso aumentar todo o meu repertório, e me desafiar quanto ao que eu poderia gerar de conhecimento. Além disso havia as inúmeras possibilidades do que eu poderia produzir em termos de literatura. E outras que eu nem mesmo cogitaria até então. Óbvio que nem tudo foram flores nessa trajetória.

       Uma coisa eu não levei em consideração ao criar e nomear o blog. As implicações do fato de ter colocado nele a palavra “diário”, pois isso implica numa periodicidade diária e constante. Ou no mínimo de intervalos bem curtos entre cada nova publicação. E antes que eu percebesse a pressão que eu mesmo me impus para produzir começou a envenenar e corroer a minha paixão por criar os textos.

       Hoje, já nos últimos dias desse ano de 2021, basicamente estou reascendendo em mim a chama que um dia esse blog inflamou, mas já não é mais o mesmo fogo, apesar de em termos de intenções eu me encontrar muito semelhante a como estava há 10 anos. Mas isso é aos meus olhos extraordinariamente bom. Não é apenas um recomeço para o blog, mas é para tantos aspectos da minha própria jornada que acompanhada dele acabaram gradativamente sendo deixadas de lado e muitas vezes relegadas a planos futuros, que em sua maioria iam sendo adiados com o passar dos dias. Então escolho tornar essa chama um farol, que possa me orientar em noites tenebrosas quando estiver perdido e buscando reencontrar o norte de minha bússola quando esta estiver despedaçada.

       Bom, mas e quanto a tudo que foi publicado antes do fim desde ciclo inicial de uma década? Ou mais precisamente entre "16 de Janeiro de 2012" e "04 de Janeiro de 2016", pois no resto do tempo praticamente deixei esse blog entregue as moscas e largado a própria sorte. A maneira mais simples de responder essa pergunta foi na publicação “O Que Fazer Com O Passado?”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário