O Cinéfilo

       Por mais que me esforce, eu realmente não consigo me lembrar quando começou a minha paixão por cinema. Eu sei que isso foi ainda na minha infância, entre os meus 06 e 08 anos de idade. Mas o ponto exato é difícil determinar.

       Eu me lembro que foi nessa fase, pois já próximo dos sete anos, eu estava vibrando de excitação com o dia em que iria ao cinema pela primeira vez. Isso foi em Julho de 1995. Foi também, ao menos até onde me recordo, a minha primeira decepção cinematográfica. E foi uma decepção dupla. Naquele dia iriamos assistir Saint Seiya, que mesmo sendo um filme de 1988, ainda era um lançamento inédito no Brasil. E que aqui só foi finalmente lançado, impulsionado pelo enorme sucesso que o seriado estava tendo na extinta Rede Manchete.

       Mas naquele dia como estava dizendo, era pra termos assistido Saint Seiya, mas os ingressos para ele estavam esgotados, então assistimos outro filme, o infame Batman Eternamente. Que é uma personagem que eu nem mesmo me recordo se na época já conhecia. Foi uma decepção dupla, por não assistir ao filme mais desejado da minha infância, como por ter visto essa bomba.

       Mas foi um marco em minha história. E conforme mais eu crescia, mais fui conhecendo filmes, e me apaixonando por cinema. Isso mesmo com as limitações financeiras que me fizeram esperar por alguns anos até poder novamente regressar a uma sala de cinema.

       Essa paixão foi crescendo de tal modo que aos 14 anos, quando questionado se eu já pensava em algo para cursar quando chegasse a faculdade, minha primeira resposta era a de que eu planejava cursar a faculdade de cinema, mesmo não fazendo ideia do que poderia encontrar no curso. E frequentemente a primeira resposta que eu ouvia das pessoas para quem contava era a mesma. No caso “Você não vai ganhar dinheiro com isso.”, e isso é um fato que por si só vale muitas problematizações que depois podemos fazer.

       Entretanto a vida não seguiu os rumos que eu aos 14 anos acreditava que ela tomaria, tanto que hoje eu ainda não fiz essa graduação, mas está tudo bem quanto a isso. E mesmo assim o meu amor pela sétima arte não diminuiu e nem estagnou. Muito pelo contrário. A cada nova sessão essa conexão se intensifica e se transforma. Exatamente como na afirmação de Heráclito de Éfeso ao dizer “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!”. E me atrevo a dizer isso para se referir a mim mesmo antes e depois de cada nova sessão.

       Como o cinema é um dos grandes amores da minha vida e a ideia do blog é justamente desenvolver minha escrita. Pretendo escrever sobre os filmes que vejo, e isso eu já tinha dito na página O Blog. A ideia é escrever sobre as minhas próprias experiências com os filmes, mas buscando também crescer em conhecimentos históricos e técnicos a cerca da Sétima Arte. Vou chamar essa coluna de “Crônicas De Cinema”.

       Quando eu criei esse blog eu defini como meta de frequência para mim mesmo, assistir 02 filmes inéditos por semana. Que seria por exemplo, dois dias de um final de semana. Nada muito absurdo, e na época, também me era algo muito fácil. E mesmo que não pareça muito num primeiro instante, isso dá um acumulado mínimo de 104 filmes inéditos ao longo de um ano. Algo satisfatório.

       E usando como definição básica do que é um filme inédito: Um filme que EU ainda não assisti.

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