Título
Original: Watashi no Sukinahito.
Autor:
Clamp
Editora:
New Pop.
Gênero:
Shōjo.
Ano
de lançamento: 1995.
Nº
de páginas: 136.
ISBN:
978-85-60647-91-0
Leitura
concluída em: 18 de Fevereiro de 2014.
Avaliação:
08 Estrelas (Ótimo)
Minha Crônica: Não há duvidas que para a
literatura haja temas universais, mas por mais que uns chamem de banal ou de clichê,
o “Amor” provavelmente sempre será o de maior interesse e relevância para todos
os leitores em todo o mundo, ainda que alguns não admitam isto. Mas todos os
temas que são abordados aqui pela perspectiva das relações amorosas poderiam
ser usados para confrontar questões profundas das nossas existências.
Que atire a primeira pedra quem nunca
quis ficar diferente, ou foi achado fresco por olhar algo com um olhar
bonitinho, quem nunca quis com muita intensidade ver outra pessoa, ou nunca
teve qualquer conflito pela sua idade e a de outros. Que atire a primeira pedra
quem nunca teve uma mudança de repente no que sentia ou em como enxergava algo,
quem nunca quis estar junto, ou desejou ser bonito/a, ou já foi inseguro quanto
o que lhe não dava segurança. Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu
falta de coragem, ou nunca teve qualquer problema com algo “normal”, ou já
ficou incomodado/a por causa de distâncias, e quem nunca pensou em casamento. Todas
elas sensações e sentimentos muito comuns a qualquer ser humano.
Eu senti muita tristeza com este mangá
mesmo com os momentos de alegria e as boas risadas que ele me deu de presente. Era
uma tristeza funda, no âmago da alma. Eu coisas e pessoas que eu perdi, mas
nunca superei, eu mais uma vez fui posto defronte o vazio que tem sido a maior
parte da minha existência, e do como tenho falhado comigo mesmo, e desta forma
causando dor (ainda que sem pretender) a quem não mereceria. E já consegui
perceber tudo isso, e o que mais me esperava logo pela primeira estória que dá
o tom da obra por inteiro, um mangá feito em esquetes onde cada uma destas curtas
estórias é de profundidade poderosa o suficiente para arrastar um pensador por
uma noite inteira de contemplação. Saudades de Penseroso, muitas saudades. Não falo sobre minhas experiências com cada uma
delas agora, pois já o fiz nos históricos de leitura do Skoob.
A parte física do mangá deixou a
desejar. O grande problema papel branco é que ele retém com muita força o
cheiro da tinta, isso não deixa o quadrinho com o melhor dos cheiros que há
para se encontrar num livro. Eu não sei qual o tipo do papel usado para as
páginas coloridas do primeiro capítulo, mas ele consegue manter o cheiro ainda
mais incomodo que o papel branco. Não importa o tipo de quadrinho, mas para mim
papel jornal sempre é melhor do que estes outros dois, em especial para
quadrinhos coloridos, apesar de agregar com um pouco mais de força o cheiro de
poeira. A lombada dele era muito dura, apesar de ser fina, enquanto eu lia
estava com medo dela partir, ou de me deixar às páginas soltarem, ou pior
ainda, o mangá vir a desmontar como as velhas e mal feitas edições da Conrad.
A Pessoa Amada com certeza é um mangá atípico
comparado aos que estou acostumado a ler, primeiro por serem esquetes, segundo por
não ter nada de fantasia. Eu preciso ler mais coisas desse estilo, sempre é
maravilhoso expandir horizontes.
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