quinta-feira, 11 de abril de 2013

Minha Tarde Com Totoro.

Eu estava em um fim de tarde de uma quinta-feira que estava sendo um dia horrível  e que na minha cabeça só tinha perspectivas de piorar. Em tão grade confusão que se encontrava minha mente e que produzia estado de estremo horror em mim, surgiu-me o desejo de ver um filme. Mas não um filme qualquer, ou um filme inédito que só poderia aumentar o fardo (já muito pesado) que eu mesmo me impus que me roubava o prazer das coisas mais satisfatórias. Porém não serviria qualquer filme, eu queria um filme bom, e então escolhi rever Meu Vizinho Totoro (este eu vi pela primeira vez há pouco mais de um ano), um dos meus filmes preferidos, talvez um dos meus Dez melhores. Citando Aslan por um instante digo "Nada acontece duas vezes do mesmo modo", e provou-se muito verdadeiro, este filme nunca tinha me emociona do jeito dessa tarde. Eu estava fragilizado pela estupidez do estilo de vida egoísta e eremita que eu próprio tinha escolhido, e de repente vendo estas crianças que em sua inocência as levavam e não as interrompiam de viver, me senti totalmente vazio por dentro. Eu sequer consegui controlar o pranto emocionado que escorria de meus olhos. Eu tenho vergonha da vida por mim vivida hoje, há pessoas que mesmo em detrimento das piores circunstancias que são possíveis não desistiram de viver, porém apegado ao meu sofrimento pessoal como se ele fosse o meu Deus, me mantenho apenas sobrevivendo esperando algo que nem mesmo sei ou saberei conceituar. Vendo as duas meninas, eu tive certeza de que não é bom estar só, é preciso me colocar ao mundo, onde as possibilidades estão abertas e a vida acontece. Eu olho a inocência dessas duas crianças com uma dor enorme por já ter perdido a minha. As meninas ao verem o sofrimento da mãe se esforçam para tentar algo, e eu fico (por escolha minha) cego a dor alheia, e ainda digo que quero curar as mazelas do mundo. Tenho medo de viver, mas não tenho coragem de me matar. Como todas as vezes que eu termino de assistir este filme eu fiquei com um sorriso enorme nos lábios pela grande alegria que em mim foi gerada, mas as lágrimas não foram unicamente de emoção a flor da pele, foram também pelas reflexões feitas, e muitas delas dolorosas. Apesar das reflexões que fiz a esperança não se manifesta muito presente em meu ser, o pessimismo é muito mais forte, e como diria Neruda "Não sou pessimista, o mundo que é péssimo". Uma conclusão eu posso afirmar com alguma certeza: Eu quero trazer à memória aquilo que me traz esperança.

11 de Abril de 2013.
O Filho Perdido