Título
Original: Alice's Adventures in Wonderland
Autor:
Lewis Carroll
Editora:
Martin Claret
Ano
de lançamento: 1865
Nº
de páginas: 152
ISBN:
9788535917628
Leitura
concluída em: 08 de Fevereiro de 2012.
Avaliação:
10 Estrelas (Obra de Arte)
Minha Crônica: E finalmente eu li Alice
no País das Maravilhas. Um livro maravilhoso, uma verdadeira Obra de Arte, um
livro de absurdos absurdamente absurdos, e que eu levei dois anos para
finalmente conseguir ler. Quase a minha vida toda eu ouvi falar de Alice, o
livro e suas adaptações, mas até o lançamento do decepcionante filme do Tim
Burton eu não fazia ideia de que seu autor fosse Lewis Carroll, eu acreditava que era uma obra dos irmãos
Grimm. Foi exatamente nesta época em que me surgiu pela primeira vez o desejo
de absorvê-lo, de assimilá-lo, só que na época só encontrei versões infantis
adaptadas, e a maioria era com base na péssima versão Disney de 1951, por isso
adiei esta aquisição. Dia 12 de Janeiro deste ano, assisti “Inquietos” de Gus
Van Sant, e durante a sessão desse filme ressurgiu este desejo de leitura, não
apenas pela protagonista ser a mesma Alice do Tim Burton, eu senti de modo
inexplicável que encontraria uma relação entre os protagonistas e os “absurdos”
da estória. E assim reiniciei a minha busca pelo livro até encontrá-lo.
Tem uma coisa que me enche de orgulho
neste livro, ele foi o primeiro que eu consegui ler inteiro em apenas 01 dia,
isso me deixou muito contente. Do mesmo modo que com Drácula as expectativas
estavam grandemente altas e as especulações quanto a estória ainda maiores, não
sabia o que encontraria nelas, nestes dois grandes clássicos, então minha mente
levou-me a todo tipo de conjecturas e elucubrações, e nenhuma delas correspondeu
ao que encontrei,ainda bem que não, ambos se superaram e me devastaram em muito
mais daquilo que eu fui ou seria capaz de esperar. Mas está crônica é muito
precoce, há estou escrevendo com algum atraso, mas ainda sim muito cedo, mesmo
que eu relesse o livro todo dia durante um ano inteiro seria muito cedo para
falar adequadamente dele. Na verdade mesmo apaixonado pela obra o volume de
coisas que não entendi superou em muito as que eu entendi, mas não as da que
especulo.
Como eu disse na crônica anterior,
Reencontro deu norte para a minha vida e Alice me deixou pensando que até uma
vida de absurdos é melhor do que nenhuma vida. Alice está enfiada em seu
mundinho quando viu algo “absurdo”, mas tudo lhe pareceu muito natural, pois
este é o natural da vida, que ao longo do seu curso estejamos em contato com
Absurdos, Contingências e ausências de significado. Ao entrar pela toca do
Coelho Alice entra num estranho país de Maravilhas, mas ora bolas, quase tudo
que nos é diferente é estranho, quase tudo o que ela vai conhecendo ao longo de
seu caminho ela acha ser um absurdo sem sentido, mas é claro, são raras são as
situações em que pensamentos diferentes se entendem. A corrida é maluca e não
poderia ser diferente, pois a corrida da vida não faz sentido, ainda mais
quando é uma constante fuga de nossa própria lagoa de lágrimas. Uma coisa da
qual tenho um pouco de vergonha de admitir é que o Gato de Cheshire (o
sorridente) me deu um pouco de medo, mas este gato em muito me lembrou do
Catbus do “Tonari no Totoro” (um dos meus filmes favoritos) do Hayao Miyazaki,
mas os dois provocaram estranhas sensações dentro de mim. Não sei o que
comentar quanto a Duquesa e seu “bebê porco“, nem do campo de croque da Rainha
e ela em si, mas adorei o Rei (muito diferente de tudo quanto foi difundido
sobre sua imagem), não estou bem certo quanto a Tartaruga Falsa e o Chapeleiro
com a Lebre de Março e o esquilo, nem o pobre Bill. A Lagarta é formidável e
ela junto do Grifo parece ser os únicos personagens sensatos em toda esta
magnífica obra de Arte.
Fisicamente o livro não chega a ser
ruim, com páginas brancas em simples papel off-set. Sua fonte é de tamanho
médio e o espaçamento é simples, a diagramação ocupa o máximo possível da
página para economizar papel. Mas positivamente o livro vem com as ilustrações
ótimas da obra original. Esta minha edição foi da Martin Claret, ouço falarem
muito mal dela, e honestamente eu entendo as acusações feitas, acontece que
tanto este livro quanto Drácula eu li por esta editora, e ambos mudaram a minha
vida.
Uma vez eu disse a uma amiga: Penso que
se eu tivesse lido este livro em minha infância duvido muito que o tivesse
entendido, no máximo teria conhecido a estória original. Será necessário reler
este livro 1000 vezes, e não duvido ter uma compreensão diferente desta
primeira em cada uma delas. Por hora eu afirmo: Esta é a minha estória de
fantasia preferida. Este livro é o mais sem sentido que já li, mas também é o
mais honesto, pois é justamente disto que se trata a vida: Uma aglomeração de
acontecimentos que para nós não passam de contingências. Alice no País das
Maravilhas é um livro fundamental para todo e qualquer coração sensível que
estiver tentando encontrar na vida sentido para o mundo, si mesmo e para viver.
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